Ethevaldo Siqueira *
Nesta IFA 2011, o grande evento de eletrônica de Berlim, estamos sendo bombardeados por um discurso uniforme, idêntico, de todos os grandes fabricantes. Todos eles ressaltam os mesmos temas: a eletrônica precisa ser verde e os produtos, inteligentes. As expressões internacionais mais ouvidas aqui são, portanto: Green Electronics e Smart Products.
É claro que a grande motivação da grande indústria é basicamente de marketing, mas, convenhamos, tem muito a ver com a importância e interesse desses assuntos dominantes na vida da maioria das pessoas, em especial, dos jovens, preocupados com a sustentabilidade e com a preservação dos recursos naturais.
Confesso que acho bem simpática essa abordagem de produtos sempre mais racionais, mais preocupados com o consumo desnecessário de energia. Tomemos o exemplo das novas lâmpadas de LED (diodos emissores de luz), digitais, frias, que reduzem o consumo de até 90% da energia consumida pelas lâmpadas de filamento incandescente. E chegam a durar 10 ou 15 anos.
Na eletrônica de 2011 mostrada pela IFA, tudo tem de ser verde, economizador de energia (energy saving), amigo do ambiente (ecofriendly), voltado para a sustentabilidade ou ecológico. As máquinas de lavar e os refrigeradores apresentados pela LG, por exemplo, economizam 40% de energia,em relação às tecnologias convencionais dos compressores, porque adotam a chamada compressão linear nos refrigeradores, uma tecnologia mais eficiente e econômica.
Tudo smart
Outra preocupação muito parecida é do produto inteligente: adotado universalmente com a designação de smart. Com isso, quando você for comprar sua nova TV, pense bem: ela terá de ser uma smart TV. Ou melhor, terá de ser uma TV sempre mais inteligente. Todos os produtos terão de ser sempre mais inteligentes, ou seja, mais que smart, eles terão de ser smarter, seja ele refrigerador, máquina de lavar ou aspirador de pó.
É claro que essa inteligência nada tem a ver com a inteligência humana, mas se refere apenas a recursos cada vez mais avançados, voltados para a melhor funcionalidade, maior durabilidade, maior economia de energia ou de matéria-prima. Essa nova inteligência, por exemplo, se revela cada dia mais na fusão de TV e internet, denominada TV conectada, nos tablets cada vez mais sofisticados.
O apelo mais dramático foi do vice-presidente da Toshiba, Masaaki Osumi, que associou toda a devastação causada pelo terremoto e pelo tsunami, em março de 2011, a uma profunda revisão de critérios industriais.
Uma área em que os equipamentos e produtos se tornam cada dia mais inteligentes é a dos eletrodomésticos. A maioria dos refrigeradores sofisticados de 2012 terá acesso à internet, controles da quantidade de todos os alimentos, acesso a sites de supermercados ou de informações nutricionais.
Curiosamente, a eletrônica é que dá maior grau de inteligência aos sistemas de segurança bem como aos eletrodomésticos da cozinha, como os liquidificadores, fogões, às batedeiras de bolo, às frigideiras e churrasqueiras. Esta área na IFA é claramente dominada por grandes corporações, como a Philips, a GE, a Samsung, Siemens, e a LG.
TV tem o maior QI
Na área dos produtos eletrônicos inteligentes, nenhum deles tem maior inteligência (ou QI, de quociente intelectual) do que a televisão. Uma das formas de smart TV que está evoluindo de forma acelerada é a TV interconectada ou, por outras palavras, a fusão da TV com a internet.
A smart TV vai muito além dessa união ou interconexão de dois mundos, pois também integra outros dispositivos e equipamentos de uso doméstico, como o computador, as câmeras digitais, o cinema doméstico (ou home theater) e os sistemas de segurança. (*enviado especial a Berlim)